Thursday, August 11, 2011

BANDAS NO MARANHÃO: POR QUE O AVIÃO AINDA NÃO LEVANTOU VÔO?



O ano que passou foi esperançoso para o cenário cultural maranhense. Tivemos a discreta sensação de que o limbo cultural que nos empurraram foi sutilmente invadido por parte da cavalaria, salvando nossas vidas com shows memoráveis, especialmente para os amantes da música que não toca no mundinho alienado da maior parte da mídia massificada (me recuso a dizer “musica alternativa”, virou grife).

Tô falando daquelas bandas/artistas que insistem em se preocupar com bons textos, arranjos criativos, fugindo dos refrões fáceis, das onomatopéias, das letras ginecológicas. Vou destacar três shows: Autoramas, Mombojó e Ludov.

Só acreditei quando vi. O que parecia ser matéria exclusiva da pasta de santo Expedito (o santo das causas impossíveis), passou para o departamento dos milagres realizados, e, eles aterrisaram aqui na ilha de lost.

Também vimos a rediviva musa absoluta do underground, daquela que, em minha modestíssima opinião, é a melhor compositora brasileira de nossa música contemporânea: a ex-junkie, ex-porra-louca e agora garota-saúde: madame Angela Rôrô (jogue seus preconceitos fora, quebre esse seu Cd do mais novo hype da semana e vá ouvir sua discografia. Permita-se. Angela é tudo aquilo que você quiser).

Também vimos a promissora banda Tan Lan no Chez. A boa banda do sul, representante do prolífico celeiro que já deu para o Brasil um dos seus mais famosos manifestos, que sacudiu a cena brasileira nos 80’s, capitaneada por Edu K e uma das mais influentes bandas do Brasil, o Defalla que foi precursor de muita coisa antes que alguém pensasse,dialogando com as novas linguagens e experimentos da gringa com identidade nacional, além de fazer misturas geniais antes de fazer mistura virar franquia de sucesso a um tempo atrás e, hoje já parece ser fórmula exausta. O Defalla chutou a porta do barraco muito bem acompanhado pelo Graforréia Xilarmônica, Wander Wildner, Frank Jorge e outros bardos, num momento em que se precisava, oxigenando a música brasileira com irreverência e sonoridades novas. Descubra-os.


Correndo o risco de parecer puxa-saco, o Chez Moi foi responsável por dois, dos três memoráveis shows citados: o Ludov, banda impar no Brasil, que há tempos vem derrubando o muro da burrice que separa mainstrean da cena independente, mostrando que essa última pode ser também radiofônica e, também vimos o Autoramas, lenda viva da música independente do Brasil.

Ver a realização desses milagres me acendeu a esperança de ver São Luís ser incluída na rota desses grandes artistas que efervescem a música brasileira, especialmente o pop e o rock nacional contemporâneo. E aí acabei sonhando em ver por aqui: Cidadão instigado, Black Drawing Chalks, Los Porongas, Vanguart, Nevilton, Pata de elefante, Macaco Bong, Superguidis, Maquinado, Pato Fu, Cérebro Eletrônico. Jumbo Eletro, Retrofoguetes, entre muitos outros.

Também me fez lembrar da constatação que eu já tinha feito antes: a música não tem mais fronteiras. Veja os exemplos acima: Black Drawing Chalks é de Goiânia, o Vanguart é de Cuiabá (!!) Fernando Catatau e seu Cidadão Instigado são de Fortaleza (!!!) Superguidis é uma banda gaúcha e Los Porongas são do Acre (!!!!!!!!!). Agora não é só a produção cultural do eixo Rio-São Paulo que é reconhecida . O grande agente responsável por essa mudança é a grande rede mundial.

A preciosa ajuda da internet, deixou a organização geográfica da música brasileira à disposição do usuário da rede, à distância de um clique. De outra forma, como seria possível, há tempos atrás, ter acesso ao Los Porongas ? À propósito,em minha modestíssima opinião, entre as melhores bandas do pais, com arranjos e letras absolutamente acima da média.


Diante de tudo isso, a angustiante pergunta que não quer calar, é essa aí que você já concluiu:

POR QUE O MARANHÃO, POR QUE SÃO LUÍS AINDA NÃO MANDOU UMA BANDA DE EXPRESSÃO ROCK OU POP PARA O BRASIL?

OBS: Se eu to mal-informado e você conhece uma banda daqui, em algum estilo que eu não tenha ouvido, perdoe esse pretenso colunista bem-intencionado e pare de ler o artigo aqui. Depois, informe quem se deu ao trabalho de escrevê-lo e alguns que talvez se dêem ao trabalho de o ler.Se não conhece, continue...


Tá , eu concordo, o Excelente Zeca Baleiro é pop até a última fibra da camisa do MAC. Também sei que Luciana Simões e Alê Muniz fazem um trabalho de primeira, fazendo a musica do Maranhão flertar com o mundo, e seu Riba foi elogiadíssimo em muitas grandes publicações,mas, além deles, que outros artistas contemporâneos? E principalmente, o foco desse texto: qual BANDA?


Antigamente existia a justificativa que tinha que se deslocar para o sul-sudeste para dar certo. E agora? Se Fortaleza pode mandar Fernando Catatau e sua trupe, se Recife já mandou o manguebeat para o mundo, a Bahia já mandou Raul e recentemente a competente Pitty,que quebrou o clichê de que baiano tem que fazer axé music(aquele estilo cheio de onomatopéias, Iôiîôiô, Iáiáiá, letras de duplo sentido e aquelas rimas sensacionais...). Se até o Acre já mandou o Los Porongas (ouça essa banda),por que o rock e o pop que se produz aqui não se projeta?

Falta de qualidade? Falta de bandas? Falta de profissionalismo das que existem? Faltas de variedade de estilos ? Falta de coragem? De estratégias inteligentes?Falta de espaço que contemplem os estilos ditos alternativos?De apoio de empresários que dêem suporte? Iniciativa da política cultural?Falta de que?


Vamos pensar:

Falta de qualidade não é. Não tenho propriedade para falar do que veio antes de mim, ou do que não vivi. Comecei a vivenciar shows de bandas aqui em São Luis, quando voltei de Brasília, a partir de shows da competentíssima Alcmena. Parei, depois voltei com a empolgante Mystical Roots na época com a talentosa Luciana Simões e seus parceiros, que durantes seus shows já inseriam musicas autorais no repertório. Parei de novo e só fui me empolgar outra vez com a energia da General Purpose,pilotada pela pegada forte e sensível de Erico Monk, que hoje me dá o prazer de tê-lo como músico na mesma banda.A General Purpose,também recheava seus shows com canções autorais.Também ouvia falar da Daphne, mas nunca fui a nenhum show para poder falar algo.

Mais tarde, fui assistir a um show da Catarina Mina e virei fã. Aliás, desconheço em São Luis alguma outra banda anterior, que tenha feito com que as pessoas se deslocassem para ouvir essencialmente canções autorais de uma banda local. Nesse sentido, a Catarina é uma divisora de águas, apesar da modéstia de seus ex-integrantes.

De lá pra cá, tenho visto grandes artistas pop e rock aparecerem, grandes intérpretes, grandes músicos, excelentes homens e mulheres de palco, grandes vocalistas e em número menor, compositores.

Não vou falar de bandas que só tocam cover, sem desmerecer muitos excelentes músicos que há por aqui, e fazem seus trabalhos com muita competência e objetivo claro de entreter , o que não é nenhum demérito, muito pelo contrário. Só estou focando no trabalho autoral. Também não vou falar daquilo que por aqui se convencionou chamar de MPM, até porque , esses já tem quem os defenda (embora não consiga entender o rótulo, assim como não entendo a tal da MPB...). Entendo que a Pagina 57 é tão “MPB” quanto aquele artista que só gravou canções do nosso folclore popular. A explicação é muito simples e obedece a lógica empregada por um gênio injustiçado de nossa música: Lobão.

Vejamos: A página é um grupo teatral? Não. A página faz música.
A página faz música clássica? Erudita? Não. A página faz música popular (Ou alguém discorda que o rock não seja popular?)
É brasileira? Alguém duvida disso?Apesar da saia, desconheço que Ramires seja escocês!

Imagino que essa explicação/justificativa deva causar alguma discórdia.

Conclusão óbvia: Então a página 57 faz MPB ou, por conseguinte,MPM. Tô certo ou to errado?

Bandas e artistas já lançaram CDs, EPs e singles autorais, a exemplo de Pagina 57, Michael Boys Band, The Mads, Alexander (ex-Daphne), MR Simple, Nimbus (essa, por exemplo, lançou um Cd e DVD com um padrão acima da média, absolutamente elogiável ),Djalma Lúcio lançou um EP que reconfirma o seu talento, e até a banda que eu faço parte, a Radioteca já lançou vários singles, sem contar os artistas de inegável talento que também lançam singles, a exemplo de André Lucap. Esses são somente alguns exemplos que me vem à mente. Há muitas outras. Aproveite e deixe seu exemplo.

Já tivemos bandas em programas de massa (The Mads, Michael Boys Band e outras), Bandas reconhecidas no exterior (Nimbus) bandas com videoclipes em programas de ponta da MTV e bandas com bom número de acesso aos seus vídeos. Então, acho que temos qualidade para oferecer.Concordam?

Então vamos para outros pontos:

Falta de bandas: não é. No Maranhão, não e só babaçu que abunda (foi de propósito sim..). Por todos os cantos da ilha, novas bandas aparecem todos os dias, de todas as tribos.

Em uma nem tão distante iniciativa de organizar uma amostragem de bandas locais, foi constatado em pesquisa que há mais de 100 bandas do segmento rock ou pop em São Luís, sem contar as inúmeras outras que não são conhecidas. Isso seria mais do que suficiente para justificar até um “movimento”. Seja lá o que isso for. Seattle não tinha nem metade desses números e fizeram o grunge.

Falta de profissionalismo das que existem? Depende de até que ponto se refira a profissionalismo. Longe se vai o tempo em que as bandas de S. Luís , romanticamente ensaiavam somente em garagens improvisadas como nos velhos tempos. Hoje os músicos querem condições para poder ensaiar. A grande maioria das bandas hoje, aluga estúdios para seus ensaios. Conseguir horário para ensaiar nos mais estruturados estúdios de S. Luís, ta parecendo vestibular da USP!


Faltas de diversidade de estilos?Não creio. Hoje o cardápio de opções de estilos que temos por aqui é bastante diversificado. Do hip hop ao reggae,do hard rock ao indie, da MPB contemporânea à mais tradicional,do trash ao punk . Há opções para todos os gostos. Umas tribos maiores que outras, umas mais organizadas que outras, umas com points de encontro e outras sem nenhuma referência.

Há bandas de hip hop autoral reconhecidas e com credibilidade artística. Há bandas punks em S. Luís que sobrevivem há muito tempo, outras acabaram e ficou só o estilo. Desconheço trabalho autoral de bandas punk por aqui. Há grandes bandas de trash e death metal com grandes músicos com muita qualidade técnica e com trabalho autoral reconhecido.

Uma das mais organizadas tribos por aqui são as bandas de hard rock, que contam com um público fiel e amplo, com point de encontro e shows normalmente lotados e bem estruturados, com bons músicos e bons equipamentos. Desconheço trabalho autoral.

Há bandas consideradas indie (como a banda que eu toco) com um bom público e também fiel. Há trabalho autoral gravado e tocado em rádios e mídias digitais.

Há bandas de reggae de excelente qualidade (cito por exemplo, a Legenda, indiscutívelmente, uma grande banda ,com som autoral).

Há artistas solo de grande qualidade como André Lucap, Djalma Lúcio e Alexander (ex-Daphne) todos com trabalho autoral. Esse último com um bom álbum lançado.

É importante lembrar o conceito de música autoral que eu uso aqui: que tenham gravado, registrado suas próprias composições em single, EP, álbum ou em sites com música digital, como o myspace.

Aproveito para me desculpar se alguma injustiça foi feita aqui. O fato de eu não conhecer, não significa que o trabalho autoral da banda não exista. Convido esses músicos e artistas para aproveitarem e usarem esse espaço aqui para informar às pessoas sobre suas produções.
Então não venham me dizer que é falta de opções!

Falta de trabalho?Estrelismo? Não sei. Talvez para algumas bandas. Quando vejo bandas consagradas lá fora como CSS,Bonde do Rolê, O Tetine ou quando vemos o exemplo de sucesso nacional (com exceção dos engodos produzido pelas gravadoras e mídias (boys and girls bands nacionais e internacionais, a última moda do verão,e coisas afins), todos os que conquistaram seu lugar ao sol, tem uma história de luta, de correr atrás do que quer. Tomemos por exemplo a maior expressão pop(ou seja lá em que rótulo o queiram encaixar) do Maranhão,o talentíssimo Zeca Baleiro. Zeca conta a quem quer ouvir em suas entrevistas como teve que “ralar”, vencer todo tipo de dificuldades para chegar aonde chegou hoje. A lição que fica é : tem que ralar para chegar lá.Isso não cai do céu, custa esforço, às vezes muita renúncia,e, definitivamente vai custar que se saia da zona de conforto.Isso pode ser um processo doloroso,lento e gradual.Que se pense então se de fato tem se trabalhado, corrido atrás o suficiente.

E também tem uma coisa de estrelismo...
Já vi tanta banda deslumbrada, dar chilique porque esse mês os shows dela estão lotados ou por causa do suposto grande talento que supõem ter. Incabível para uma banda ou artista iniciante. Sobre esse tema não vou me prolongar porque é ponto pacífico que é ridículo.

É claro que não quero ser super-simplista. Somado a isso há muitos outros fatores como : o momento certo, muito trabalho, a sorte, talento, network, saber vender sua própria imagem, entre muitos outros pontos.Então, proponho a reflexão sobre as suposições aqui feitas.

"Excesso de romantismo" uma certa "ingenuidade","imaturidade artistica", apego ao ideário romântico do rockn'roll, "alienação"? e como resultado de tudo isso: Amadorismo? Essa é uma coisa pra se pensar...

É fato que quando se começa a tocar, vale qualquer coisa. Mas, não se pode culpar um baterista que investiu num pedal bom , em bons pratos para sua bateria ,pele, bumbo,caixa, que não a socialize com outros, que não empreste seus pratos, caixas e baquetas para ninguém que ele não conheça, ou a um músico que investiu 3,4,5, 10 mil reais(!!!) no instrumento dele,que o mesmo não queira tocar numa caixa da meteoro só pra provar que tem “atitude rockn’roll ”,ou em equipamentos caindo aos pedaços só pra provar que não tem “frescura” para tocar, ou ainda, que não aceite dividir o seu instrumento com meninos que tão mais preocupados em exibir a vasta cabeleira , fazer hair show, posar de rocker, espancando mais o instrumento, do que tocando de fato! E tome show em qualquer lugar! Sem nenhuma estrutura, sem som decente, tudo meio amador. Músicos não conseguem se ouvir, o público não consegue ouvir a banda. Mas tudo bem,“porque somos rockn’roll e tocamos de qualquer jeito,yeah!”. Já era. Acabou a puberdade.


Uso de outras estratégias para divulgação?dialogar melhor com a tecnologia? Sim e não. Embora haja bandas e artistas que ainda estejam presas(os)SOMENTE na idéia de fazer um CD e sair vendendo, como se essa ainda fosse a única estratégia para vender e promover seu produto, já há muitas bandas/artistas por aqui que já não vêem o Cd, ou a venda desse como única forma de promoção. Há bandas e artistas que já dialogam muito bem com um novo modelo e promovem seus shows em suas páginas on line, nas redes sociais, disponibilizam seus trabalhos para download gratuitamente. Atrevo-me a dizer que nesse sentido, a Radioteca se antecipou, pois desde seu 1º single já faz isso e também distribui os mesmos gratuitamente em seus shows.

Há também quem poderia ajudar, pessoas que detém poder junto aos meios de comunicação, mas ainda estão cristalizados naqueles modelos tradicionais de consumo e promoção de música,e, por não entenderem bem esse outro modelo(que já nem é novo desde os anos 60...) dificultam as coisas ou rejeitam.E, graças a Deus, ainda há aqueles que apóiam,que acreditam e sabem que temos trabalho de qualidade radiofônica por aqui com condições de figurar em qualquer set list de uma boa rádio do brasil.


Apoio de empresários que dêem suporte? É aqui que a porca começa a torcer o rabo...
Vou falar mais uma vez baseado na minha experiência. Não sou especialista, não sou jornalista,sou um mero vocalista e aprendiz de compositor, porém, pensador com o direito de ser crítico. Apesar de pedagogo/professor não usei nenhuma metodologia científica para ter essas impressões. São somente conclusões baseadas em minha vivência. É bem verdade que baseado nas conversas com meus amigos músicos, vejo que a minha fala não é isolada, as angústias costumam ser as mesmas, com poucas novidades.

Se não posso culpar um empresário de querer ter retorno com o seu investimento, ele também não pode esperar que bandas e artistas vejam a música SOMENTE como B.G para vender cerveja, aperitivos, comida e drinks. Até o entretenimento é coisa séria. Estão aí os americanos para provar isso.

A verdade é que há empresários e empresários. Por exemplo, há alguns que acham que esse papo de sustentabilidade é uma lorota, mesmo que o resto do mundo inteiro entenda que esse é um caminho que não tem mais volta. Há outros que acham essa conversa de responsabilidade social seja mero papo de intelectual, mesmo que seja consenso que empresa sem responsabilidade social estará fora do mercado daqui a algum tempo (isso se já não está). Da mesma forma há empresários que não querem correr riscos, preferem apostar nas mesmas fórmulas desgastadas de entretenimento, de cultura (aposto que você sabe do que eu tô falando). Compreendo que alguém goste de determinados estilos de música, só não compreendo que só haja determinados tipos de estilo, não haja opção para quem está fora daquele circuito. Não acredito que as pessoas possam ser assim tão uniformes. Vendo o Chez Moi lotado no show do Ludov, EM UM DOMINGO A NOITE ou vendo o circo da cidade lotado, cantando em uníssono com o Mombojó, ou ainda esse ano, vendo o show do velho Lobo com um bom público,e, mais recentemente vendo o show do Blues Etílicos, quase lotado,numa casa muito preparada e muita bonita que em nada deixa a dever para grandes casas no sul e sudeste maravilha, fico com a certeza que pode haver variação no cardápio cultural. Há publico para isso. Arte, cultura, entretenimento transcendem o status de mero B.G. Faltam empresários ousados, inteligentes, antenados com o novo,também que queiram correr riscos, apostar em artistas novos, investir no novo . De outro modo, a única forma de cultura no mundo seria visitar museus! ou pelo menos arriscar também nos de credibilidade artístisca reconhecida,porém sem grande exposição nas mídias tradicionais.

Vamos combinar que há coisas que só ainda existem aqui na nossa linda e querida ilha de lost ( e tome gravação de DVD!daquele mesmo estilo de sempre...). Seria necessário que eles (os empresários) conhecessem esses novos artistas daqui de S.Luís, fora da MPM,que já conquistou o seu espaço, que soubessem que há produção cultural fora desse circuito e que ela não se limita a artistas regionais ou brincadeiras folclóricas , com o devido e merecido respeito que os mesmos merecem. Há música autoral de qualidade em todos os seguimentos para todos os públicos.

Alguém talvez possa dizer que falte competência e disposição dos artistas e músicos para fazerem esses empresários conhecerem as suas produções. Talvez. Mais uma vez, eu só posso falar baseado nas minhas próprias experiências, e, nela, 9 entre 10 vezes que levei um projeto de single, EP,álbum para alguma empresa, a justificativa que recebi para levar um não foi: “Ninguém conhece esse tipo de som.Isso não vai dar visibilidade para a empresa” ou “Queremos artistas que valorizem as suas raízes”.Tô pra colocar uma raiz dentro do projeto pra ver se dar certo!Honestamente, tô de saco cheio desse discurso! É limitado, pobre. Por outro lado, também conheço amigos artistas e bandas que tiveram mais sorte. Fica aí a reflexão sobre o que fazer para essa interface acontecer,especialmente daqueles que possam ter sido bem-sucedidos..

Há muitos empresários também que não tem o mínimo de respeito por bandas de rock ou pop que tratam a banda como se estivessem fazendo um favor de deixá-los tocar em seus bares, espaços. A prova cabal disso são algumas propostas que artistas e bandas às vezes recebem. Propostas que no começo, até são de divisão por igual. Mas, basta que a coisa comece a dar certo que logo aparecem propostas indecentes que só favorecem um lado (o deles, claro). A Radioteca por exemplo, já recebeu proposta de tocar com 70% da bilheteria para o dono de um certo local, mais o consumo do bar, sendo que o som deveria ser contratado pela banda!É justa uma proposta dessa? E eu não estou falando do Credicard Hall...

Porém, nem tudo é ruim. Há exceções. É preciso que se diga que também há poucos, mas, bons parceiros, empresários inteligentes que tratam as bandas e artistas como devem ser tratados, que trabalham em parceria,que possuem visão, e proporcionam boas condições de trabalho para banda e artistas. E, quer saber? Sai todo mundo ganhando: artista, público, empresário. Todo mundo quer tocar na casa, todo mundo quer ir na casa. É bom pra todo mundo.

Falta de cultura autoral? Sim. É fato. O público de São Luís não tem uma cultura de receptividade à música autoral. Pelo menos no segmento rock/pop. Me corrijam se eu estiver errado, por favor.Não sou dono da verdade.

Se você vai em Sampa,no Rio, em Goiânia,no Acre(!!!!!)há um clamor que você mostre o que faz. Por aqui, a coisa definitivamente não é assim. Culpa das bandas que não insistiram o suficiente? Falta de coragem? Talvez. Há várias desistências no front por falta de empatia do público. A conta apresentada pelos empresários é muito simples: se você só toca sua música autoral, mesmo que de qualidade,o público acaba evitando, se não há público o empresário não vende, se não há venda, não há como pagar a banda (pelo menos, esse é o argumento apresentado por eles, esses estilos de empresários). Normalmente o que acontece são três coisas: ou a banda se amedronta, se cansa de nadar contra a maré e passa a tocar só cover, ou só toca “o que a galera gosta” ou utiliza de estratégias para se fazer ouvir, como por exemplo, misturar suas músicas em meio a suas influências, contidas em seu repertório.Há quem critique. Há quem ache uma estratégia inteligente.

Outro fenômeno que acontece é que alguns se desestimulam por não haver receptividade com seu trabalho autoral e não se contentem em tocar só cover e desistem.

Algumas vezes, já ouvi o seguinte argumento:

- Mas a Catarina Mina deu certo aqui, nas proporções que podiam ter! Então é falta de bolas de vocês!

Eu não sou um estudioso do assunto, não sou cientista social, não sei explicar os fatores que colaboraram para isso além do notório talento dos Catarinos. Quem souber que apresente. Aproveito o espaço para quem sabe,convidar alguns membros do Catarina também a somar à essa discussão,ensinando, orientando, pensando junto por aqui.

Iniciativa da política cultural?Talvez. Sim e não. Se você compreende política cultural como a possibilidade de viabilizar projetos a artistas para se candidatarem a um incentivo/realização de um determinado produto cultural, seja Cd, exposição, publicação,eu imagino que o espaço esteja aberto a todos de forma democrática (corrijam-me aqui se eu estiver errado).Agora, se você entende como ações organizadas para promoção,divulgação,amostragem de determinadas produções artísticas, a resposta é um sonoro NÃO. Diz aí pra gente, qual foi o último projeto/festival que você foi ou ouviu falar, contemplando o que se produz de rock ou pop no MA? Ouço falar de festivais de música maranhense, mas dificilmente ouço falar de algum projeto fora do segmento MPM. Não vejo nenhuma iniciativa de mostrar a produção Rock/Pop ou mesmo uma abertura em quebrar essas cercas que separam esses rótulos, como pelo menos, um festival onde houvesse todos os estilos contemplados, onde se pudesse ouvir do pop ao côco(olha o Boca de Lobo aí gente!). No fundo, acho que a melhor coisa é pensar em música, não em rótulo. Só tenho usado aqui os rótulos como referência, porque essa separação existe na prática.

Nesse momento, eu me sinto na necessidade de fazer um grifo pessoal: tenho a impressão que existe um certo preconceito como o rock e o pop por aqui. É uma coisa velada (às vezes nem tanto...) do tipo: Isso é coisa de adolescentes, sem cérebro. É como se não houvesse credibilidade artística neles.
Para esses, deixo a seguinte reflexão:

Existe algum mortal que goste de arte, de boas letras, de canções, que seja capaz de não reconhecer a genialidade de um Chico Buarque ou de um Tom Jobim? O problema é que: é como se bons textos fossem coisa restrita à MPB e seus cognatos. É como se arranjos criativos, originais, fossem propriedades exclusivas de Jazzistas, MPBistas ou a quem se atribua defensor da sua própria cultura ou traga elementos explícitos de regionalidade em sua obra. É como se qualidade de canção SÓ FOSSE possível com complexidade de harmonias, exaltações à brasilidade, concretismos estilísticos, pós-modernidade e sofisticação textual, contemplações sobre a natureza ou terra natal,condenação ao regime militar e à ausência de democracia ou odes à musa ideal, exaltações às raízes culturais. NÃO ESTOU CONDENANDO NADA DISSO, só estou dizendo que a coisa NÃO SE LIMITA SÓ A ISSO. É como se pop e rock fosse coisa pueril, fútil. A essas pessoas eu recomendo que ouçam Beatles (a partir da fase psicodélica, por favor), Beach Boys, Velvet Underground, Bob Dylan,Leonard Cohen, Placebo, Pulp, Smashing Pumpikins, Alanis Morrissete, Fiona Apple,Radiohead, Mutantes,Renato Russo, Cazuza, Arnaldo Antunes,Los Hermanos, entre muitos outros.Se essas pessoas perdessem seus preconceitos e se dessem ao trabalho de conhecer esses artistas ou se permitissem mais,encontrariam muitas das qualidades requeridas ou muito mais.


Falta de união entre as bandas?Intolerância entre elas?Clubes da Luluzinha, do Ozzyzinho?do Hardzinho, do Indiezinho?A resposta é sim.É parente legítimo do pessoal que se diz defensor da "legitima música brasileira" ou da "legítima musica maranhense". Sinto isso na pele, e, mesmo entre os meus amigos, percebo essa ridicularização do estilo de música que o outro gosta, essa discriminação (naturalmente, isso me inclui), ou então essa coisa patética de banda “que tá na mídia”, e banda”que “não ta na mídia”, banda que tá “no mainstream”(mainstream em S.Luis? Fala sério...) e banda que “não tá no mainstream”. É uma espécie de etnocentrismo, que limita, separa e não agrega nada para nenhuma das partes.Vejam os sertanejos, por exemplo, sempre chamando outros, fazendo seus shows juntos.Isso poderíamos aprender com eles. A estratégia é boa, inteligente e agrega valor a todas as partes. O público da minha banda conhece o teu público,o público da sua banda conhece o da minha.A troca seria interessante para todos se não houvesse hostilização entre as partes envolvidas, se houvesse mais tolerância, mentes mais abertas. Todos lucrariam com isso..


Mas não adianta ficar aqui só reclamando, apontando erros. E saídas? O que pode ser feito para mudar isso?

Saídas

Eu acho que há muitas alternativas, vou me deter em algumas delas, baseado no que tem se demonstrado ser efetivo no Brasil. Vejamos:

O Brasil revive um momento muito interessante de efervescência cultural com os festivais. Não me refiro a festivais competitivos, como já foram um dia, ou aos de grandes marcas. Refiro-me a festivais independentes, enquanto amostragem, panorama das produções em nível local e nacional. O Brasil explode de festivais já faz algum tempo, já quase chegando à exaustão.Confira alguns exemplos:


O já tradicional Abril Pro Rock, o JUNTATRIBO em Campinas,O BHRIF (BH),o HUMAITÁ PRA PEIXE (RJ),o SUPERDEMO (RJ), o BiG (Curitiba), O Goiânia Noise (GO)entre os mais sólidos.O último citado, é hoje o maior festival de música independente do país.Mas o que isso tem a ver com incentivo cultural? Você pode talvez estar pensando: o estado não tem nada a ver com isso! Ledo engano, meu amigo. Segundo informação da revista Rolling Stone, na edição nº04, de 2006, o Abril Pro Rock custou cerca de 720 mil, sendo que ¼ desse valor veio do apoio que o governo de Pernambuco fornece desde 1995(!!!). Outra Parcela saiu da Petrobras. A edição do Goiânia Noise de 2007 custou na época 300 mil, dos quais 1/3 saiu da lei de incentivo cultural.

O ACRE- FESTIVAL VARADOURO , também teve o apoio do poder público.O festival foi orçado em 140 mil reais, dos quais 100 mil foi bancado pelo estado, através da fundação Cultural Elias Mansur. Nesse momento vale fazer um comentário importante: todos esses festivais revelaram diversidade musical, mas só deram certo porque a platéia já está impregnada com cultura de música autoral, do tipo que conhece e canta as músicas junto com a banda. O Los Porongas, por exemplo, tinha somente um EP com 6 músicas quando se apresentou no Varadouro, com o público cantando suas músicas do começo ao fim.A banda já tem sua importância reconhecida dentro da música independente nacional em todos os veículos especializados . Então, fica provado que se houver vontade política de quem rege as políticas culturais, a coisa fica mais fácil de acontecer.

É importante frisar que estamos falando de uma coisa articulada, do somatório de forças como bandas, zines, blogs,lojas especializadas nesse público, etc... E eu estou falando de festivais independentes,, não confunda com festivais de marca(Hollywood Rock, o Rock in Rio, etc...) com interesses voltados somente para o maisntrean. E se você duvidar da importância desses festivais para a revelação de novos talentos, cito só alguns exemplos de músicos/artistas que foram projetados em festivais assim: Raimundos. Paulinho Moska,Mundo Livre S/A,Planet Hemp, Chico Science e Nação Zumbi. Tá justificado, né?
A coisa é tão organizada que já tem até representatividade (ABRAFIN- Associação Brasileira de Festivais Independentes).

Por aqui, boas iniciativas já foram feitas a exemplo do festival Pras bandas de K, Na Mira do Rock, e mais recentemente, o Balaiada, onde bandas locais puderam de alguma forma, mostrar suas produções.

Mais alternativas

Uma iniciativa que merece que se pense, chegou ao meu conhecimento em um artigo que li (me desculpem, realmente não lembro a fonte). Nesse artigo, explicando o sucesso da música baiana no resto do Brasil, mais especificamente no axé (...),o autor coloca que, uma das grandes razões do seu sucesso , tinha sido o fato que , visando valorizar o artista local, foi determinado que deveria haver uma porcentagem de música baiana a ser tocada nas rádios, não me recordo se 15% ou 20% das programações. Isso, maximizou o conhecimento da população às produções locais e,fortaleceu a relação de intimidade do público com seus artistas prediletos e suas produções e, na extensão dessa ação,para os estados vizinhos também, fazendo uma espécie de efeito cascata nas regiões vizinhas que por sua vez multiplicavam para as outras. O resultado disso, para o bem ou para o mal foi a superexposição das produções baiana até a exaustão(eu por exemplo tenho enxaquecas se ouvir qualquer um dizer: “tiiiiira o pé do chãããããããão!!!!)

Embora eu ache que essa medida pareça arbitrária, e, tenho medo e não acredito em nada que seja imposto, dado os descontos, penso que seria uma boa estratégia para se DISCUTIR.

Sobre recepção em rádios, por experiência própria, sou sempre bem recebido por gente inteligente e antenada em duas rádios aqui no MA quando vou apresentar trabalho novo, embora,algumas vezes, eu ainda veja a desconfiança em relação a divulgação de singles ao invés de Cd e em algumas situações eu tenha precisado insistir pra convencer que um single é também um produto artístico e não somente um Cd inteiro o é. Não acho que convenci,mas, ouço as músicas tocando. Isso é sinal de que as pessoas estão abertas a novas propostas, ou, se não novas, diferentes propostas, já que a divulgação de singles não é exatamente uma “coisa nova”, desde os Beatles!

Se mais rádios fossem parceiras, se fossem feitas mais interfaces para que os artistas tenham acesso a esse jeito mais tradicional de se divulgar música (sim, eles ainda tem o seu papel), seria bom pra todos. Ouço boas e louváveis iniciativas isoladas em programações específicas e outras que, também, inteligentemente diluem as produções que se fazem por aqui no meio de bandas e artistas nacionais. Isso também é bom porque não “guetiza” ou sectariza o que se produz aqui em relação ao que se produz no resto do país. Em minha opinião, ambas as iniciativas são necessárias e tem seu papel.


Também já fui sondado sobre fazer um programa de rádio/ TV falando e tocando somente as produções locais.Ainda não saiu do papel.


Uma outra boa iniciativa é investir nas mídias digitais, na criação de mais programas especializados. Mais iniciativas como o Live Rock Cam(criativa e ousada), poderiam fortalecer a divulgação das produções locais e descentralizar dos modelos tradicionais.

Me pergunto se o exemplo do Acre não é digno de ser seguido. Em conversa com os integrantes do Los Porongas em São Paulo, soube que uma das razões que também ajudaram nesse bom momento vivido na cultura de lá, é que um dos representantes eleitos é ferrenho defensor da cultura independente na cidade e é músico de banda. Isso deu representatividade às outras "tribos" quando se ia pensar e discutir investimento e política cultural. Acho que isso também poderia ser mais uma boa alternativa.

Não foi o objetivo desse artigo, pleitear uma carreira política. Mas, eu já teria um candidato para indicar.

Também entendo que todo movimento ou ação cultural, para que apareça, é necessário a força de um articulador ou vários. Basta olhar para a história do pop, do rock, do punk, que em algum momento você vai encontrar esse individuo ou indivíduos. Glen Matlock, Andy Warhol,Renato Russo, foram exemplos de indivíduos com esse poder agregador, essa capacidade de articular pessoas e colocá-las em grupo, organizá-las. Particularmente, acho que já temos esse representante, esse líder natural por aqui.

Além disso, toda a história de movimentos, em algum momento ou outro, precisa de locais, de um QG, de espaços como referência. Basta lembrar da importância do Circo Voador para o rock dos anos 80, do Whisky a Go-Go e do CBGB para o movimento punk/pós-punk, da Factory de Andy Warhol para o art-rock e suas muitas vanguardas de arte musical e visual. Também já acho que temos esse local. Se duvidar, temos mais de um.Se quisessem,se houvesse articulação e interesse, a coisa fluiria mais facilmente.


O fato é: ou se pensa em saídas para essa situação ou ela já está resolvida e teremos de concordar com aquela piadinha que diz que a melhor saída para a nossa cultura é o aeroporto Cunha Machado (atualmente, eu nem acho que vale a pena passar por lá.

Não foi a minha intenção ao escrever esse jornal (!!!), dar soluções definitivas e nem acho que as aqui sugeridas sejam soluções que possam dar certo isoladamente, elas só poderiam dar certo se articuladas, pensadas e somadas a outras idéias, iniciativas. O objetivo aqui foi pensar, discutir idéias para que alguma coisa possa ser feita a fim de promover a qualidade das produções de artistas e bandas de talento que permanecem sem o merecido reconhecimento que poderiam ter. Não tenho a pretensão de me sentir autoridade, sou somente mais um representante no meio de tantos outros por aqui, e, tampouco sou especialista ou letrado no assunto.


Se as informações aqui estiverem equivocadas, corrija-me, acrescente, some, informe-nos.Dê a sua contribuição. Critique. Pense. Articule. Mobilize-se.

Não dá mais para ficar parado.Já faz tempo. Já passou da hora.


A tribuna está aberta.



P.S: Depois do fechamento desse artigo, Já vi o show do Black Drawing Chalks e depois, o do Blues Etílicos numa das mais bonitas casas de show que já vi por aqui. Também vi Luciana Simões e Alê Muniz terem seus talentos reconhecidos em premiação nacional.

Em visita à Mad Rock(um dos ninhos dos aficcionados de rock da cidade) fiquei muito feliz em ver que já há várias bandas gravando em estúdio ou com material já gravado de vários estilos: do hard rock ao indie, do pop-rock ao trash, bandas e artistas que tem a MPB como referência. De todos esses estilos, me pareceu que aquele com o número de produções em maior prevalência, é a tribo do Death Metal.


Bandas como Cremador, Tanatron, Veltnez,Garibaldo e o Resto do Mundo,Diamante Gold, Jack Devil,Glock Adventure, Megazines,Fúria louca, ou já lançaram suas produções ou estão em estúdio gravando.


Peço, mais uma vez que bandas e artistas não citados, aproveitem essa discussão aqui proposta e usem esse espaço para falar de suas produções.


Parabéns a todos!


Este post permanecerá aqui por 15 dias, para que o máximo de pessoas possam discutier, opinar,dialogar.



Grande abraço

Nivandro
Vocalista da banda Radioteca





53 comments:

Anonymous said...

saca ae a Velttenz no programa da Pitty. Banda do Maranhão, aos poucos, vai encontrando espaço. http://soundcloud.com/coletivovelga/velttenz_like-a-veltten

Anonymous said...

Oi, Nivandro! Foi um desabafo e tanto! Fiquei até um pouco aliviado. Eu entendo Sao Luis como Seatle esperando a hora do nirvana. Tambem me questiono bastante por que uma cidade com tanto talento é tao reprimida... Nao sei... Será que estamos tao atrasados? Ou será que estamos a frente esperando como sempre? É estranho... Nao sei mais o que dizer...
Thiago - integrante da Souvenir - www.myspace.com/souvenirofficial

Anonymous said...

Parabéns Nivandro, idéias bem articuladas. O texto deve ter dado bastante trabalho, pois apesar de imenso, consegue prender a atenção até a última linha.
Impressiona também o conhecimento em vários segmentos de rock.
Queria reforçar um dos pontos, a falta de investimento do poder público. O mínimo que fosse feito, já seria uma grande alavanca. Mas o que sempre acontece é a centralização das verbas para apenas dois momentos anualmente e depois não se vê mais nada. Sem falar que há poucos editais públicos democráticos, já que limitam os estilos musicais.
Que as bandas continuem a produzir e lutar por seu espaço, de cabeça erguida!
Obrigado por citar o Tanatron, que já lançou 2 trabalhos demo e completou 15 anos em 2011. Estamos produzindo e planejando gravar novamente.
Obrigado também por citar a Mad Rock, que dentro de suas possibilidades tem patrocinado eventos e bandas locais, além de ser espaço livre para a comercialização e divulgação das bandas autorias.
Abraços

Anonymous said...

Esqueci de assinar o comentário acima...
Nyelson Weber
Baixo e vocal - Tanatron

Junkie Careta said...

Essa é a pergunta que não quer calar Thiago,:Por que essa manifestação artistica independente é tão reprimida, desarticulada e sem direção em SL?.Será que vamos ter que nos submeter àqueles a quem criticamos,mas, que obviamente tem mais talento para se articular? o que fazer com tanta produção de qualidade circulando na cidade mas sem um objetivo claro,continuando na penumbra, enquanto outros estilos, supostamente mais pobres artisticamente nos invadem os ouvidos sem pedir licença?. O que vai se fazer com toda essa produção de qualidade?Vai morrer na praia? cadê a articulação?Nada vamos fazer?

Milla Camões said...

Bem, não sou da "turma", mas como sou amiga de muitos de vcs e como o que canto também tem problemas sérios de investimentos em todas as áreas citadas, só tenho duas coisas a dizer: boa sorte e, sinceramente, não sei mais o que dizer. Meio cansada, infelizmente....

Anonymous said...

Falou tudo , a cidade não tem uma cultura de se interessar pelo novo, se prende em aprender o que vem da rádio ou tv aberta fazendo com que a cena cover se torne mais forte cada vez mais, mas tenho certeza que basta uma Banda ganhar espaço nacional para todas as outras deslancharem também. O trabalho de divulgação também ajuda muito, ter um clipe legal com boas ideias, imagens profissionais, sites bem organizados, tudo hoje é visual e custa grana (muita por sinal). Voltando a tradição cultural, acho que o único dono de uma casa que um dia se preocupou em criar essa raiz autoral foi João Pinto (Armazém da Estrela), levando o rock nas escolas e se via Alcmena levando seu som com uma boa estrutura de palco e som, que me desculpem meus amigos donos de estabelecimentos da música de slz, mas essa é a verdade!! Infelizmente o Maranhão é o Brasil do Brasil, assim como no mundo tudo chega por último aqui, no maranhão não é diferente, sempre vai ser o último a evoluir, acho que a maneira mais rápida de se ter um retorno como profissional é procurar uma capital como recife, brasília , são paulo, rio de janeiro pra se radicar, onde realmente existe uma CENA, slz é apenas um ensaio, não por falta de bons músicos (bandas) , mas por falta de um bom público. De uma forma ilustrativa a ilha de lost faz jus ao dito "nenhum profeta é reconhecido em sua terra" . Valeu pela lembrança e reconhecimento de nossos esforços, a arte agradece!! Emilio Sagaz (Diamante Gold, Aerofone e Emilio Sagaz & Souvenir)

Anonymous said...

how many questions .....

Começo com um protesto .. audistock live... rsrsrsrs......

belo texto, nivandro. entendo a problemática como sendo de cunho histórico e até antropológico (eita porra). um som daqui, que vive aqui, que busca surgir a partir daqui, NUNCA VINGARÁ. Nunca será sucesso absoluto lá fora, consequentemente, nunca será sucesso aqui. É assim que vejo as coisas aqui, em nossa amada terra. acredito que cada aldeia tenha seus costumes, e não vejo exemplos que funcionaram na Bahia, Pernambuco, ou qualquer estado que seja, funcionarem por aqui. Pelo que vi até agora, é necessário deixar uma vida pra trás e aventurar-se em busca da fama. Temos uma relação banda-público 'temperamental' e infantil, e uma mídia vazia de senso crítico. A platéia ludovicense, aliás, é uma (des)graça. senão vejamos: ela vai o show de quem é amiga, e SÓ. Vejo algumas bandas se vangloriarem em dizer "lotamos o Chez Moi". LEDO ENGANO. Qualquer banda que faça show nessa casa, principalmente nas férias, vai encontrar o ambiente lotado. SEI BEM O QUE É ISSO. Talvez, quando a música deixar de ser um hobby para muitos aqui em São Luis e algumas pessoas encararem a parada como deve ser, Saindo daqui, apareça-nos um talento nesse estilo. De resto, faz-se música para amigos (justamente aqueles que não se preocupam nem em pagar o ingresso do show). A mídia e os intelectuais, então, não ajudam em nada. Falando um pouco de mim, ganhei apenas um Guarnicê de Cinema aqui, justamente quando o júri técnico era formado por profissionais de São Paulo, Rio, Porto Alegre e Curitiba. Clipe amador? jamais. Competi com Flávia Bittencourt e Criolina. Hoje tenho um Canal Youtube com pouco mais de 2 mil amigos e quase 700 inscritos, com mais de 28 mil visitas em sete meses, a grande maioria (99%) de pessoas de fora. Quando fui até Brasília, tocar no Gasound, fui altamente criticado pelos conterrâneos. Essa foi a 'força' que recebi. Público non sense,bandas que se odeiam, falsidade que impera, picuinhas, blábláblá, coisas que diminuem uma cena que nunca existiu. Nunca vai dar certo! em se tratando deste assunto, deve-se levar ao pé da letra a expressão corra atrás de seu sonho, de preferência pra bem longe daqui!

michael mesquita, vulgo michaelboyzband

Marcony Almeida (membro da organização do PHARMAROCK) said...

Nivandro... devido alguns pedidos seus realizados no artigo não podemos tecer alguns comentários. Apoiamos qualquer iniciativa textual relacionado ao rock maranhense. Seu artigo merece nossos aplausos. O interessante contudo é ainda não olharmos o rock maranhense fora de um "mirante". Os eventos que ocorrem em são luis são tantos que, no texto quase cansamos de ouvir Chez Moi - mesmo informando no artigo que não, pareceu uma propaganda gratuita. Não deveria parecer, caso o texto relacionasse pelo menos três eventos que estão ocorrendo constantemente em nossa cidade com bandas locais. A "panelinha", que odeia que se comente esses eventos, talvez ame o seu artigo. Pensamos que enquanto olharmos o rock maranhense de cima para baixo e não o inverso, sempre estaremos fadados a equívocos. Para abrir mais o seu leque de conhecimento do rock maranhense, o PHARMAROCK faz um convite para você Nivaldo: para que participe do ROCK AUTORAL, que será realizado no dia 08 de outubro. São 08 bandas de rock maranhense apresentando seu trabalho autoral. Um abraço amigo.

Junkie Careta said...

brigado pela generosida quanto ao texto Nyelson Weber

Também endosso a tua inteligente observação sobre centralização de investimentos culturais em somente dois momentos.

É de cortar os pulsos cara, saber que a gente faz parte de uma cena, ver talentos epalhados por toda a cidade e não ver NADA, nenhuma manifestação do poder público, que ignora tudo que esteja fora do segmento MPM. No máximo o reggae já conseguiu esse apoio fora do segmento.Por outro lado, se já se sabe que não vai haver, o que vai se fazer?FICAR RECLAMANDO QUE SÃO LUÍS NÃO PRESTA? SE ABATER E MUDAR DE ESTADO?FICAR PARADO?

Será que é esse o destino de quem faz cultura "alternativa" na cidade? Onde está a artticulação dos envolvidos?O INTERESSE É NOSSO!NÃO É PORTANTO NATURAL QUE VENHAM DE NÓS AÇÕES PARA MUDAR ESSA SITUAÇÃO?

A desarticulação é tanta que nós não sabemos sequer o que temos de relevante acontecendo dentro do nosso próprio quintal!!!! Por que a maioria não sabe que há uma banda em SL COM 15 ANOS DE ESTRADA que já tem dois trabalhos lançados?por que não se conhece isso?por que nós que fazemos parte dessa cena não estamos informados?por que não há zines? sites,blogs?Se há , por que são restritos a determinados segmentos?POR QUE NÃO HÁ TROCA DE INFORMAÇÕES? As pessoas permanecem isoladas em seus mundos, sem articulação nenhuma! desse jeito nunca sairemos da condição que estamos!Estamos nos auto-condenando à penumbra, não ocupando o espaço que muitos de nós teriamos(até por qualidade)o direito de ocupar.Eu, que procuro sempre estar informado, descobri completamente por acaso, que há um site extremamente organizado sobre o que eu tô falando aqui:
http://www.bandasdomaranhao.com/

É somente eu que que sou desinformado e não sabia da existência desse site?
Há outros fontes de informação iguais a essa? Quais? INFORMEM!

honestamente, aqueles que se deram ao trabalho de ler o texto, vcs sabiam da existência desses sites?

São as pessoas que não tem interesses nas produções locais? é a mídia tradicional que é corporativa e viciada mesmo? ou será que não está nos faltando também talento de fazer nossos trabalhos serem conhecidos?
Eu não estou afirmando NADA. Só tô deixando a reflexão.

Não sabia desse apoio tão frequente da Mad ROck às produções locais. Reitero aqui os meus parabéns aos empresários e os meus parabéns à TANATRON pelos anos de estrada.

ARTICULAÇÃO JÁ!

Anonymous said...

só pra constar ..

www.youtube.com/bandamichaelboyzband

Junkie Careta said...
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Junkie Careta said...

Oi Marcony,

Fique a vontade para tecer comentários,eu mesmo tenho alguns:
Você diz que os eventos que ocorrem em S. Luis são tantos.

Por favor, me permita ser sincero também: por que não se conhece esses eventos?Eu fico sempre com a impressão que é restrito a um determinado segmento? È ingenuidade minha achar que pode ocorrer fora de um segmento ou é assim que a roda gira há milênios e é assim que tem que ser? Quem gosta de som conhecido por mais “pesado” jamais vai se interessar pelo som de uma banda dita “indie” e vice-versa? eu por exemplo, gosto de qualquer música bem tocada e com um texto bom, indiferente ao segmento, naturalmente com minhas preferências estéticas como qualquer ser humano, então, gostaria de ir a um show de qualquer estilo onde eu ouça boa música e consiga ouvir a banda.

Deixo aqui o meu protesto e o meu pedido, dizendo que eu gostaria de saber, de ser informado. Eu tenho certeza absoluta que há outras pessoas de gosto eclético como o meu que querem(porque conheço um bom número delas),que me reclamam da mesma coisa. Geralmente se sabe no dia seguinte:

- Teve isso aqui, foi?quando? eu não sabia. Se soubesse eu tinha ido.

E sabe por que? Porque todo mundo tá cansado das mesmas coisas de sempre!até os grandes shows que vem pra cá, são meio que cartas marcadas. Pra cada Black Drawing Chalks, Mombojó, Ludov e Autoramas que vem pra cá, há 15 do Jota Quest, 10 do Capital e 5 do Charlie Brown JR! Sem nenhum desrespeito a essas bandas.

Quanto à citar o Chez por 3 vezes, eu já sabia do risco ao escrever. Aceito o puxão de orelha.Só justifico dizendo que são os shows que chegaram ao meu conhecimento. Não sou funcionário de lá. Mencionei pelo fato de realmente, os dois shows que assisti, terem acontecido lá. Se fossem no Arthur Azevedo, teria mencionado o mesmo. Também fui no show do Black Drawing Chalks e Mombojó. Ambos aconteceram no circo da cidade e não conheço ninguém de lá ou recebi royalty pelo marketing, e o citei da mesma forma que citei o bar em questão.

Aproveito para dar a cara a porrada dizendo que o citei,também por achar que é um dos exemplos de bar onde quem toca consegue se ouvir e o público consegue ouvir a banda, ou seja: há uma preocupação da casa com a qualidade do som, o que você talvez concorde que, em muitos bares de SL, não é uma preocupação de quem os administra, ou não é prioridade. E também, por ser um espaço, que oportuniza a muitas bandas iniciantes se apresentarem, o que considero louvável.

Volto a dizer: se o Arthur Azevedo fizesse o mesmo, ou o qualquer um outro bar que eu tenha propriedade para falar, eu falaria. Aliás, se houver outros músicos que se deram ao trabalho de ler esse texto, eu pergunto? TÔ MENTINDO? O calcanhar de Aquiles de uma boa parte dos bares que oportunizam espaço para bandas iniciantes tocarem não é o som?Essa percepção é só do vocalista da banda Radioteca?

Junkie Careta said...

E não noticiei, PORQUE NÃO SABIA, se tivesse sido avisado,e gostasse, não somente teria noticiado como também teria ido.

Também concordo inteiramente com você sobre as “panelinhas” na cidade, aliás, essa é uma das razões dessa comida nunca chegar nas mesas: muita panela e pouca comida sendo servida!

Não sei se faço parte dessa panelinha, mas, se fizer, gostaria que você colocasse aqui para que eu possa sair, já que não gosto de panelinha, acho que elas são um grande mal para as produções locais e gostaria sim de alargar o meu leque de conhecimento sobre o rock maranhense. Aliás, comente esses eventos, você pode se surpreender que há gente na suposta panela que nem sabe que está nela e desejaria aprender com o que você tem pra ensinar.

Você menciona que “enquanto se olhar o rock maranhense de cima pra baixo". Por favor me responda?

O que ou quem está em cima e o que está em baixo? porque, se você entendeu o meu clamor no texto é justamente por achar que NÃO HÁ NINGUÉM EM CIMA!ESTAMOS TODOS NA MESMA FAIXA!

ROCK AUTORAL? desconhecia, mas louvo completamente a atitude. Aliás, ESSE É O GRANDE CLAMOR DO TEXTO. Iniciativas como essa,é isso que eu to pedindo!mais posturas iguais ao do Pharmarock.

Já está fechado o evento? Não aceitam mais incrições? Que bandas tocarão? Mande um release pra o Facebook da banda Radioteca que divulgaremos com prazer.

Obrigado por se dar ao trabalho de ler o texto e deixar o seu comentário,e, não deixe de mandar informações sobre o evento.

Grande abraço

nilson filho said...

Caro Nivandro, o texto é muito bom, bem articulado e tocou nos pontos "nevrálgicos" da cena do pop/rock maranhense. Acho que todas as dificuldades foram apontadas com sucesso. Mas, vamos as minhas humildes considerações:quando você falou do punk londrino, me veio a cabeça que historicamente Londres tem uma cultura que investe em si própria, que quer se mostrar pro resto da Europa e pro mundo (acho que é da BBC o documentário que mostra isso, não me recordo da fonte).O Maranhão se mostrar culturalmente? São Luís?Parece piada.O povo maranhense é pobre quando se trata de valorizar sua própria cultura, só "presta" o que vem de fora (Bahia, Rio, São Paulo etc.)É o que eu percebo em conversas informais, na internet, etc.Talvez falte essa percepção de que nós temos bons músicos, boas bandas, e de que nós temos sim algo que não deixa nada a desejar em relação a outros estados do Brasil.
Um grande abraço.
Nilson Filho,baterista e ex integrante da Banda Crisálida, atual integrante das bandas Bad Fellas, Os Transados e Intensius.

Morgana said...

Bem interessante e extremamente esclarecedor esse post! Gerou um debate bem enriquecedor, de certa forma,qm sabe,acabe ate amenizando essas barreiras ainda existentes nesse cenario. Parabens luv;)

Junkie Careta said...

Parabéns ao coletivo Velga! não sabia disso. Informem aqui por favor como se faz para tentar ser selecionado lá também.
Aliás, informem mais sobre o que é o coletivo Velga. Gostaria de saber.

Abs

Junkie Careta said...

Milla Camoôes, marginal como as bandas de rock e pop do Maranhão. Welcome to the club baby. Um dia vc ainda vai rir disso. Se o critério para chegar lá fosse o talento, você certamente já estaria lá.
Bjo

Junkie Careta said...

Emílio Sagaz, aprecio a atitude do João Pinto tb, queria mais iniciativas iguais a essa acontecendo, mais figuras como João Pinto no meio desse Saara.
Michael, no dia que eu finalmente achar que o cenário é definitivamente como vc pintou, no dia que eu perder completamente a esperança e concordar com você, paro de cantar, nunca mais toco em banda e vou fazer direito ou medicina. Honestamente, espero que vc esteja errado.Ouvi o álbum, à propósito, muito bem gravado. Parabéns à Diamante Gold.

Junkie Careta said...

Não sei Michael,talvez a razão do insucesso seja justamente por pensar assim, que "a coisa nunca vingará a partir daqui". Veja, se a Nação Zumbi, Fred 04 e Mundo Livre S.A pensassem assim, o manguebeat nunca teria tomado o mundo de assalto. Quem podia imaginar que colocar uma antena parabólica no maracatu pudesse ser o principío daquela renovação estética que foi o manguebeat na epoca? era muito improvável cara, mas aconteceu. É claro que aconteceu porque a cena era articulada,e a cidade já tinha cultura de som autoral e tinha a genialidade de caras como o Fred e o Chico por trás.COncordo em grande parte com a maioria das coisas que vc falou, a coisa das picuinhas, da necessidade de um incentivo maior dos intelectuais,mais atenção e informação dos jornalistas culturais e interesse maior da mídia.Só não concordo que a cena nunca existiu. Estão aí todas as bandas citadas para dizer o contrário, inclusive a sua,e acho sim que outros exemplos no Brasil podem e devem ser seguidos.
SObre o outro assunto,na verdade, em momento algum eu falei em ter sucesso só aqui,ou ter como foco só aqui, senão esse avião só voaria no quintal. Acho que fazer sucesso aqui é tb uma consequência.Tô falando em projeção nacional, incluindo aqui, é claro.
Pô brother, tu estás mais desiludido que eu!
Também espero que vc esteja enganado.Eu ainda tenho um restinho de esperança cara. Acho que tudo começa por mais articulação entre as bandas e todos os envolvidos no setor. De outro modo estaremos condenados a fazer sucesso tocando só para os amigos.Parabéns pelo sucesso do canal no youtube. Aproveita e ensina aqui quais são os caminhos para todo mundo aprender.

Grande abraço

Junkie Careta said...

Obrigado pela generosidade Nilson,

Mas olha só:

E o que fazer diante dessa situação que tu apresentastes? as malas?
Alguma coisa tem que ser tentada!
Ou será que nós maranhenses achamos que o nosso público não e inteligente o suficiente para aprender as liçoes aprendidas em outros locais?Será que esse povo de Recife, do Acre, de Fortaleza, da Bahia, não enfrentou as mesmas situações? foi tudo fácil pra eles?ou todo mundo bateu asas e foi pra Sampa?Imagina Fernando Catatau no meio daquela forrozada de 5a categoria tentando fazer o som dele! E a Pitty no meio daquele axé!
Então estamos condenados cara?o lance é ir embora de São Luís? E deixar ela sucumbir nesse mar de mediocridade que impera por aqui? Nos juntarmos às grandes cabeças pensantes que estão no sul maravilha?Cara isso é desolador...

Não pode ser só essa a saída!O mundo mudou, as mídias mudaram, as gravadoras perderam seu poder,hoje tu gravas um álbum no fundo do teu quarto,mídias digitais, o mundo todo interagindo,e, NÃO TEM JEITO?
Me recuso a acreditar nisso.

Junkie Careta said...

Peço ao coletivo Velga que informe aqui do que se trata o projeto. Objetivos, estratégias. por favor.

DiamanteGold said...

Novo trampo com a Souvenir , é só curtir a página e ouvir o som!

http://www.facebook.com/pages/Emilio-Sagaz-Souvenir/244842555555207?sk=wall

Emilio

Patrick said...

O Coletivo Velga surgiu da união das bandas Velttenz e Gallo, pra articular circulação das bandas locais com bandas e festivais de outros estados, surgiu da experiência dessas bandas de participar de festivais fora do estado, como o Grito Rock, e outros (inclusive, convites continuam surgindo para que essas bandas toquem em outros estados).

Patrick said...

A Gallo, assim como a Velttenz, também foi escolhida a banda do quadro Aposta do programa Segunda-Feira Sem Lei, da Rádio Transamérica SP, do dia 21 de março deste ano. Sem pagar jabá. Vale lembrar que o som da Gallo e da Velttenz foram produzidos em parceria com Adnon Soares, da Souvenir.

Patrick said...

Pra quem quiser ouvir a Gallo na Rádio Transamérica: http://soundcloud.com/pataugaza/gallo-azhuu-miragem-r-dio#

Patrick said...

Link da Gallo atualizado, o postado acima não tá valendo: http://soundcloud.com/pataugaza/gallo-azhuu-no-aposta-da

Junkie Careta said...

Valeu Patrick! tentei acessar o primeiro link e não consegui.

Fica ai o excelente exemplo da Coletivo Velga. Taí uma idéia que pode dar certo:várias bandas se juntarem a fim de atingir um mesmo objetivo. É o tipo de projeto que agrega valor pra todos que participam.

Quem se habilita?

Radioteca se colocando a disposição para dialogar com outras bandas.

acervopop said...

Salve Nivandro!

Olhando aqui de longe acho muito saudável que exista um debate sobre as dificuldades de profissionalização de um segmento musical no Estado do Maranhão. Na verdade a discussão passa, pela profissionalização da cultura, e isso não é um "privilégio" apenas do Maranhão, acontece em todo o Brasil. O bacana é não ficar olhando apenas para os problemas,e acho que nisso o teu texto já está fazendo a diferença quando tece algumas sugestões e clama pela participação de todos que possuem interesse no tema. Penso que, se via internet vcs conseguiram travar um debate, um diálogo produtivo, por quê não aprofundar a questão em encontros presenciais? Mas não há como negar que sem uma politica cultural arejada, mais plural no estado tudo sempre será muito dificil, essa uma impressão forte que eu tive, e ainda tenho sobre o Estado. O que não se pode é desistir, e organização e planejamento neste caso são sem dúvida alguma remédios eficazes. É preciso envolvimento no sentido pleno da palavra.

Um abraço,
Saudades,

Jonathas Nascimento

Junkie Careta said...

Jonathas Nascimento,

Que enorme vazio vc deixou aqui em lost ao retornar pra Sampa meu querido amigo produtor.

São Luís precisa de pessoas como vc: culto, esclarecido, antenado, curioso, atento, questionador,inteligente,provocador,um cara que nunca teve medo de arriscar, sempre envolvido em projetos ousados,sempre olhando pra frente e não somente para o retrovisor como uma parte de nossos produtores culturais.

Está anotada a sua sugestão. Tenho esperança que os amigos musicos e artistas interessados vao se mobilizar presencialmente tb ,e não, mais uma vez, ficarem fazendo uma reclamação ociosa que não gera ação nenhuma.

Tenho esperança.

E aí gente?

Vamos organizar uma discussão presencial?

acervopop said...

Nivandro,

Fiquei cá pensando que de certa maneira alguns obstáculos e resistências foram superados nos últimos anos, o que demora mais de fato é uma formatação, engendrar mais curiosidade, mais vontade de ouvir trabalhos autorais, isso de fato sempre foi mais difícil em SLZ, mas está melhorando aos poucos. Sinceramente, eu não consigo dissociar está certa 'apatia', a ausência de desejo pelo novo, ou por tudo que ainda não é conhecido e pode ser bacana também, das condições politicas do estado. Não quero aqui cair na vala comum de disser que a família Sarney é responsável por isso também, não bem por aí. Acredito que o intercambio hj em SLZ já é um realidade, por isso não deixem este momento passar. Tenho observado que em alguns estados a rapaziada do pop, rock, indie, e até música eletrônica, tem optado por projetos apoiados por leis de incentivo. Isso é questionável, mas se a lei está lá e de repente patrocina um blog da Bethania, por que não utiliza-lo para um festival de rock mais low profile? Vcs precisam aprender a lutar com todos os instrumentos possíveis de fomentação cultural, falo de fato de grana, sem ela a gente não sai do lugar não é? Aqui no interior de São Paulo a moçada do rock também sofre bastante por conta dos sertanejos que papam quase todo patrocínio para eventos e shows, então o pessoal começou a se articular com as mesmas armas, e algumas coisas começaram a vingar de uns cinco anos pra cá. O melhor exemplo são as ações culturais na cidade de Paulínea, que tem um festival de cinema muito bacana (na verdade já virou um polo de produção cinematográfica) e agora 'roubaram' de Itu o SWU de música.

Não desistam, pois vcs estão no caminho certo, dá intuir isso,

Abraços,

Junkie Careta said...
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Junkie Careta said...

Fica a dica de Jonathas Nascimento: utilizar as leis de incentivo cultural para também promover o segmento em que as bandas/ artistas mais contemporâneos esteja, envolvidos.

Obrigado pela colaboração Jonathas.

E aí gente? o que é que se faz?

Junkie Careta said...

Parece que as manifestaçõea não vão mais acontecer.Eu esperava uma proposta, mais idéias...
Procurei fazer a minha parte. Não vi muita motivação e nem uma disposição de fazer movimentos para mudar essa cena.
Vou esperar um tempinho mais, senão houver nenhuma proposta, vou ver o que posso fazer sozinho.

Abraço a todos

Gessanna Lobo said...

Post de desabafo, que serve p quem faz música como quem só escuta tb.
Isso é realmente complicado, primeiramente o preconceito, é como se realmente pop e rock n possa realmente produzir boas cançoes, aqui em sluis principalmente se tem esse pensamento; o nome da nossa cidade é 'preconceito', pq até na maneira de se vestir isso se expressa. Sempre cito a musica de engenheiros "todos iguais, todos iguais, mas uns mais iguais que os outros".
Louvo a iniciativa do Chez Moi pq é o lugar de quem quer escutar algo nessa esfera com um com com qualidade, pq apesar das criticas a casa, nenhuma se propôs a tal iniciativa. A dificuldade de se produzir algo aqui em outro segmento de musica que n seja axé, forró, sertanejo é enorme, vi uma pessoa proxima mim que participou de produçao de shows de Chico césar, P moska, pecas teatrais, projeto de chorinho, como ninguém quer apoiar, os empresáios riem da nossa cara, e se vc quer fazer, as vezes é preciso tirar do próprio bolso p isso.
Novidades da cena musical daqui, Brasil e do mundo só na Universidade fm mesmo, as outras rádios daqui sao insignificantes nesse quesito.
É como se vivessemos num gueto, que gosta e principalmente vcs que fazem e produzem música.
Bela iniciativa Nivandro, espero muito que esse post dê bons frutos, e sirva a seu real propósito.

Zilson Costa said...

Cara, é interessante que todo mundo está falando aqui de incentivo do governo e blá, blá, blá. Mas o que dizer daquelas drogas bregas tipos "aviões do arrocha", que nem no nome é original? Como eles conseguem tanto sucesso? Será que eles têm apoio governamental? Eu ACHO que não. Mas a divulgação deles é foda! O público divulga essa droga em seus carros e festas! E aí?
Zilson Costa- banda Os Transados

Kiko said...

essas viagens feitas pela Velttenz e Gallo Azhuu além de terem divulgado as bandas em outros estados também serviram para observar como funciona a articulação dos coletivos e bandas, então a intenção principal do Coletivo Velga eh agregar o número máximo de bandas comprometidas com o crescimento profissional de quem faz música independente em São Luís, fomentar o crescimento da cena musical da cidade e promover um intercâmbio com outros coletivos participantes..
quem quiser conhecer mais e entrar em contato eh so acessar o http://coletivo-velga.blogspot.com/

Junkie Careta said...

Valeu Kiko. Vou lá dar uma sacada no blog. A radioteca tem muito interesse em somar ações a tomada pelas bandas citadas.É bom para todos como disse no texto.
Muito obrigado pela participação.

Muita (c)Alma Nessa Hora said...

Oie, Junkie! Há quanto tempo não passo por aqui. Lembra de mim? Do blog umpardeasas.blogspot.com ;)

Voltei a escrever com duas amigas e estou no http://muitaalmanessahora.blogspot.com/ depois dá uma passada lá.

Olha, primeiro, um VIVA a música maranhense. Pelo seu post eu imagino como seja difícil o incentivo, pra falar a verdade, deve ser pior do que imagino. Aqui no Piauí não é muito diferente. Entendo o cansaço de muitos músicos e a desistência de alguns.. mas não deixem de lutar. A vida é muito mais interessante por causa de vocês. ;)

Beijos

Iasminne Fortes

Lauan Soares said...

Junkie Careta, Nunca vi alguém resumir fielmente a cena de São Luis como fez neste post, parabéns, só o fato de existir essa discussão já é um ponto que ajuda a entender o que acontece por estes lados de cá, acredito que a cena de São Luis, está pronta para explodir no cenário nacional, não acho exagero da minha parte falar isto, pois existe muito conteúdo excelente e com capacidade musical e instrumentista em níveis surpreendentes, no meu Ponto de vista há vários fatores que impedem essa explosão,tais como: falta de incentivo cultural do poder público, as malditas panelinhas,restringir seu trabalho para certo público e mais uma penca de dificuldades que você já colocou em questão,mas não podemos ficar esperando o governo ou alguém fazer algo,o principal ponto que esta cena ainda não tenha alçado vôos para a cena nacional,com certeza é falta de união,falo isso por que tenho e já tive várias bandas,existe muita dificuldade de bandas interagir com outras,para formar parcerias ampliando assim um bom leque de meios para divulgação nacional,gosto do som de muitas bandas de São Luis,fiquei impressionado quando fui em um show no Art Shop(Reviver) que 90% da bandas tocavam e se comportavam em níveis que jamais pensei que um dia veria,ou seja qualidade musical excelente.A respeito de achar que migrar de cidade é a saída para o sucesso esta totalmente enganado,temos muitos exemplos de que não é por ai que funciona a coisa, se pararmos pra pensar em todo lugar que houve uma cascata de bandas boas saindo pro mundo,existiu união,vou citar a cena de seattle,que já foi citada,lá bandas usavam camisa com nomes de outras,faziam parcerias,lançavam splits e a coisa ia crescendo,aqui mesmo no Brasil,quando o sepultura dava os primeiros passos,fez vários shows com o Ratos de Porão,tocando um musica do outro em shows,curiosamente ou não as duas assinaram contratos com gravadoras na mesma época e até hoje tem reconhecimento mundial.Mesmo com todas as dificuldades que não são poucas,não devemos desistir.Vejo um futuro brilhante para muitas bandas da ilha,Basta uma conseguir esse posto no cenário nacional que muitas vão conseguir chegar.

(Desculpe pelos erros de português)

Anonymous said...

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